Entrou sorrateira
De mansinho
E sentou-se na mesa ao lado da minha
Na vida
Pediu uma xícara de porcelana
Imaculada
Vazia de nada
Que encheu de angústia
Adoçou com amargura
E mexeu
Com a colher
Da poesia
Por entre vapores de Baco
E baforadas de tabaco
E despediu-se
Sem alegria
Quando eu já bebia
De pé
A minha xícara de ansiedade
E de café
Assim remexeu
Comigo
Aquela mulher
Tanto que a impressão carmim
Dos seus lábios
Rubros de sensualidade
No bordo da xícara de porcelana
Imaculada
Permanece
Indelével
Dentro de mim
Vale de Salgueiro, Portugal, 2009
Henrique Pedro
De mansinho
E sentou-se na mesa ao lado da minha
Na vida
Pediu uma xícara de porcelana
Imaculada
Vazia de nada
Que encheu de angústia
Adoçou com amargura
E mexeu
Com a colher
Da poesia
Por entre vapores de Baco
E baforadas de tabaco
E despediu-se
Sem alegria
Quando eu já bebia
De pé
A minha xícara de ansiedade
E de café
Assim remexeu
Comigo
Aquela mulher
Tanto que a impressão carmim
Dos seus lábios
Rubros de sensualidade
No bordo da xícara de porcelana
Imaculada
Permanece
Indelével
Dentro de mim
Vale de Salgueiro, Portugal, 2009
Henrique Pedro
Esta poesia se chama, originalmente, "Uma chávena de angústia", pois foi escrita em Portugal (onde a palavra xícara é traduzida para chávena). Eu tomei a liberdade de trocar a palavra para nosso português, mas, notem ... só troquei esta palavra.
Que poesia linda.
ResponderExcluirOi, Suzete (ou Maria?)
ResponderExcluirtambém achei linda, por isso resolvi partilhar.
Em tempo: obrigada por sua visita e por ser uma das seguidoras do meu blog. Fiquei muito satisfeita, principalmente depois que fui visitar o seu e vi seus lindos trabalhos.
Volte sempre.
Bjs.
Irene
Enquanto autor do poema vertente sinto-me muito honrado coma a sua transcrição. O termo "xícara" também é corrente em Portugal mas diria que, sem que tenha feito pesquisa sobre o assunto, mais usado, modernamente, será "chávena".
ResponderExcluirGrato
Bj