Amanhecera há pouco e o café da manhã já estava sobre a mesa. Sentou-se na cadeira e serviu-se depois de ajeitar o guardanapo de linho branco. E ficou assim, parado, olhando o vapor do café quente, que se dissipava no ar.
Não estava muito feliz naquele dia e o olhar distante, parecia tentar achar nas formas que a evaporação provocava, soluções para questões que não conseguia entender.
Interessante a passagem dos tempos. Há épocas em que parecemos saber e compreender tudo. Temos respostas para todos os nossos problemas e ainda conhecemos as soluções que poderiam salvar o mundo. Passam-se alguns anos e às vezes nos percebemos plenos de indefinições.
Mas, os dias são assim, e não temos respostas pra tudo. Aliás não temos respostas pra quase tudo.
Talvez seja porque de fato nem precisemos delas.
Um amor, alguns dinheiros, paz, saúde e alegria de viver não são um resumo da vida, mas o conjunto do que realmente se precisa para ser feliz. O resto é lucro.
Uma boa refeição, uma noite de amor com quem se ama (e que te ame também), sorrir, estar em paz e se sentir saudável representam o principal e não o acessório.
Coisas sofisticadas, luxos, vaidades e vontades...representam apenas desejos e não necessidades. Por que se preocupar demais então?
Importante é o entendimento do que realmente interessa. O resto é como o café que evapora-se.
Portanto, um brinde a vida, e outro a simplicidade.
Juarez A Motyczka, outubro 2005
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