TRIO (xícara, pires e pratinho de bolo) em porcelana branca, caprichosamente pintado à mão. As três peças têm uma faixa larga em azul claro, com decoração, frisos e asa em dourado. Ao centro, uma cena que tem árvores, pagode e uma pequena ponte num jardim (a xícara tem a mesma cena em miniatura em seu interior). Há também um nome gravado em dourado: Jamil Anderáos. No fundo elas têm a inscrição: “Recordação de Aroldo Volpi no dia do professor. 15-10-1957”.
Comprei este trio em um antiquário meu amigo aqui de Piracicaba. Logo que o vi na vitrine, minha curiosidade foi despertada pela riqueza de detalhes. Fiquei matutando e resolvi descobrir mais alguma coisa. Fui ao então ao google (bendito google!).
Jamil Anderáos foi um violonista, professor de música e compositor que viveu em São Paulo. Natural de São João da Bocaina (1913), era músico autodidata, como a maioria dos violonistas daquela época. Em 1933 começou a tocar na Rádio Educadora Paulista, tendo sido um dos primeiros violonistas a tocar por música em São Paulo. Ele se apresentava em muitos recitais, nunca se negando a tocar, quando se tratava de obra filantrópica. Possuía excelente técnica, execução limpa e sonoridade agradável. Era também um bom compositor. São suas as músicas: "Passeio em Damasco";"Fado da Boa Esperança"; "Dança dos Tamancos"; "Saudades de Bariri" e "Nísia". Morreu muito novo, aos 45 anos em 1958. Há uma rua com seu nome na cidade de Santo Amaro.
Sobre Aroldo Volpi encontrei somente a informação de que também foi professor de violão, pois há menção a alguns violonistas famosos que foram seus alunos, e algumas partituras transcritas por ele para violão: Sinfonia nº 5, op. 67, de Beethoven, Ernesto Nazaret, Chico Buarque, entre outras. Ele mora atualmente em Mauá, SP.
Juntando as informações cheguei à conclusão de que Volpi foi aluno de Anderáos e lhe ofereceu este conjunto de xícara de chá em 1957 (um ano antes de sua morte). Por que a xícara foi parar em um antiquário no interior de São Paulo?
Bem, isto me faz pensar onde irão parar as minhas ... (segundo meu neto, ele vai fazer "um bom dinheiro" com elas).
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