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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Xícara isabelina

Dois conjuntos de xícara e pires, o primeiro para café e o segundo de chá. Porcelana em tom perolado, com recortes e detalhes em verde e dourado. Frisos e asas dourados. As asas das xícaras têm um desenho bem peculiar.

As duas xícaras não vieram juntas para a minha coleção. Uma (a de chá) foi comprada pela internet, de um antiquário do Rio Grande do Sul. A outra veio de uma loja de coisas usadas daqui mesmo, de Piracicaba. Pode-se notar que a de café é mais usada, está mais desbotada. É interessante ver como os objetos "viajam", não é mesmo?


Pequeno poema




Num dos meus passeios pela net achei esse pequeno poema de Elaine Pauvolid.
Muito original, não acham?


o sexo o sexo o sexo
o nexo o nexo o nexo
a vida a vida a vida a vida
a xícara a xícara a xícara
o sexo, o nexo, a xícara


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Xícara japonesa

Xícara de café em porcelana casca de ovo na cor pérola. Barrado largo verde com frisos pretos, cena em tons de rosa, azul, verde e vermelho, destacando um pagode.

Papai e a xícara de chá

Um dia minha mãe saiu e deixou meu pai tomando conta de mim.
Eu tinha uns dois anos e meio. Alguém tinha me dado um “jogo de chá” de presente e era um dos meus brinquedos favoritos.
Papai estava na sala vendo o Jornal Nacional, quando eu trouxe para ele uma “xícara de chá”, que na realidade era apenas água. Após várias xícaras de chá, onde recebia elogios entusiasmados do papai a cada xícara servida, minha mãe chegou.
Meu pai fez ela se sentar na sala, para me ver trazendo a ele uma xícara de chá, porque era “a coisa mais fofa do mundo!”. Minha mãe esperou, e então, vinha eu pelo corredor com uma xícara de chá para o papai e ela viu ele beber todo o chá.
Então ela disse (apenas uma mãe saberia): "Passou pela sua mente que o único lugar em que ela alcança água é na privada?”
Os pais não pensam igual às mães...


Autor desconhecido.
Recebi este texto de uma amiga e ri muito ... resolvi partilhar.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Xícara inglesa


Delicada xícara de chá inglesa, da marca Elizabethan (Fine Bone China). Porcelana branca, frisos e arabescos dourados feitos à mão, asas e pés dourados, decalques de botões de rosas em todas as peças.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Xícara de porcelana

Para a casa de praia trouxe todas as porcelanas e cristais que não utilizo na cidade. Ao contrário de tudo que na praia utilizam. Gosto, às vezes, de andar na contramão. Acho engraçado.
Para mim, o mais simples é o que eu já possuo.
Um luxo.
Um café fresquinho numa xícara de porcelana não tem preço. Antiguidades trazem almas transpiradas em família e delicadeza. Uma suavidade no toque que trazem as melhores lembranças à tona. Bom gosto ao acordar.
Adorável.
O café desperta a vida bem calma, delicioso toque quente, de paladar que te faz feliz e viva. E pronta.
Uma xícara de porcelana tem o poder de elevar teus pensamentos, firmar leves gestos e suscitar para sempre coisas boas.
A você, ela se oferece, simplesmente.


Vera Renner, novembro de 2009
http://cronicasdaverarenner.blogspot.com

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Xícara brasileira

Xícara de café da marca Schmidt. Porcelana branca, toda pintada com flores e folhas em dourado. Frisos e asa também dourados.

Luis Antônio, o distraído

Sim, ele era distraído. Mas muito mesmo. Desses que vão a velório e cumprimentam a viúva.
E tímido. Tanto é que já estava passando dos trinta e não tinha encontrado ainda a sua cara-metade. Ou alma gêmea, como é moda nesses dias de vidas passadas a limpo.
E meio intelectual. Passava tardes na biblioteca pública.
E educado, muito educado o Luís Antônio.
E foi na biblioteca, numa tarde de muita chuva que ele conheceu a Vera Heloisa, também interessada nos clássicos russos. Entre uma guerra e uma paz e a visita de um inspetor geral, ele já estava dando carona para a moça.
Ficou sabendo, por exemplo, que a família dela, havia muito tempo, se dedicava aos negócios do café. Importação. E degustação. Todos na casa dela entendiam do assunto.
Papo vai, livro vem, namoro começando, um dia ele foi buscar a Vera Heloisa na casa dela. Ela ainda não estava pronta, pediu para ele entrar e conhecer a família.
Titubeou. Primeiro, pela timidez. Segundo, porque, além de não entender nada de café, odiava a tal rubiácea. Talvez em toda a sua vida tenha tomado apenas um e se enojado. Era isso mesmo. Tinha nojo de tomar café e de até conversar com quem tomava café.
Mas a Verinha insistiu, um beijinho aqui um beliscãozinho ali e ele entrou.
Ninguém, na sala. Ela pediu que ele se sentava que em quinze minutos estaria de banho tomado. Ficou sozinho na elegante sala, num sofá delicioso ao lado de um vaso exuberante.
Entra A Mãe, assim em maiúsculas, porque ele logo se lembrou do Tolstoi. Levantou-se, quase se curvou.
- Luís Antônio?
- Muito prazer, dona Noquita.
- Sente-se. Fique à vontade.
- Com licença.
- A Vera Heloisa tem falado muito em você.
- É...
- Ela está sempre atrasada, essa menina.
- É...
- Toma alguma coisa?
- Não, não precisa se preocupar. Se incomodar.
- Incômodo nenhuma. Um cafezinho?
- Cafezinho?..
- O Breno trouxe ontem um A2 tipo exportação, que eu não posso deixar de lhe oferecer.
- Imagina...
- Acabei de passar. Com licença.
- Tem-na toda.
Ela saiu, ele achou que exagerou no "tem-na toda", mas precisava impressionar a solícita dona Noquita. E a agonia pela chegada do café apenas começara naquele começo de noite.
Dona Noquita volta. Caprichou. Pires com toalhinha bordada, talvez pela avó da Verinha, pensou Luis Antönio, pegando o fumegante café.
- Fique à vontade, Luís Antônio. Vou apressar a Vera Heloísa. Depois me diga o que achou deste cafezinho, hein?
- Claro, claro.
Bem que ele tentou. Achou aguado e, para dizer a verdade, quente demais. Olhou em volta. Ninguém a vista. O vasão estava ali ao lado, pronto para receber o café entornado. Jogou tudo lá, colocou a xícara em cima da mesinha, limpou os lábios com o lencinho.
Ela volta.
- Já está descendo.
- Uma delícia, dona Noquita.
- Mais unzinho?
- Não, não, muito obrigado.
Dona Noquita se abaixa para pegar a xícara.
- Ué, onde está a xícara?
- Aí, ué.
- Aqui só está a xícara. Mas o copinho, onde está?
Foi aí que ele percebeu que era daquelas xícaras de prata, onde se coloca o copinho de plástico. Olhou para a terra do vaso. Ele estava lá, virado. Imundo. Dona Noquita também viu.
Pegou com asco aquela imundície e colocou em cima da toalhinha de pano, que ficou toda suja de terra e um pedaço de folha e, educada, sem dizer nada, cara fechada, saiu para a cozinha.
Quase ao mesmo tempo em que o Luís Antônio saía pela porta da frente para nunca mais voltar e muito menos freqüentar a biblioteca municipal.

Mário Prata (crônica publicada no Estado de S. Paulo em 23/6/1997)

Museu Mariano Procópio - Juiz de Fora, MG, Brasil

O acervo de porcelanas, louças e cristais do Museu Mariano Procópio tem como base as peças adquiridas no Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, além de outras doações, de personalidades importantes da História política e social do Brasil. A Família Imperial é uma dessas fontes de onde foram adquiridas várias peçase seu monograma aparece em parte significativa do acervo e algumas peças.



Xícara e pires de porcelana da Companhia das Índias
Porcelana. Presentes do Imperador chinês Chia-Ching, pertenceram a D. João VI. São decorados com as armas portuguesas.


Porcelana Capo de Mont (1), do século XIX, tem decoração com dourados, floral e figuras humanas em relevo. A alça representa um vegetal entrelaçado.



Porcelana Jacob Petit (2). Decorada com dourados e loral, alça representado figura humana estilizada.

Paul Signac

The dining room (1877)

Óleo sobre tela do pintor neo-impressionista francês Paul Signac (1863-1935). Atualmente, este quadro está no Rijksmuseum Kröller-Müller, na Holanda.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Xícara japonesa

Xícara de chá da marca Nasco (Japão). Porcelana branca, pintada em tons de azul: cena campestre (Lake wiew gravado no verso).

Xícara equatoriana

Xicara de café de alpaca, revestida de abalone. É linda e me foi trazida do Equador por minha filha Lígia em 1996, depois de uma viagem com a Seleção Brasileira de Basquetebol Feminino Juvenil.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O silêncio das xícaras

quando dei pela falta não estavam mais umas xícaras que eram do tempo de Pierre antes de Pierre ir para sempre lembrei das xícaras quando ela disse que ia embora você pode achar que isso é mesquinho mas eram minhas minha mãe me deixou aquelas xícaras e também um conjunto de copos com jarra de cristal tcheco presente de casamento eu os guardava tinham grande valor estimativo agora ela se vai lembro que um dia lhe dei para guardar as xícaras e os copos dentro do armário que ficava na sala depois desceram para o quarto dela onde agora está juntando seus trastes trouxas nada de valor nada que importe ou que precise cuidar para embalar coisas juntadas trecos cacos cacarecos penduricalhos que se moldam a pano plástico elástico prendendo tanto tecido quanto louça bruta a louça dela sem caixote sem papelão sem passado objetos acumulados sem lembrança só coisas sem precisão não como as xícaras de porcelana o fio prateado ou os copos de cristal de minha preciosa pia pundonorosa santa mãe não deixarei que leve que se aposse dê sumiço sucumbam as xícaras nunca mais foram usadas depois e mesmo antes de Pierre as coisas dela pobres apenas juntadas mal juntadas caindo saco sacudindo não é justo vou falar com ela que não era assim espaçosa não deixarei que leve a minha ou a de minha mãe presente de casamento tcheco e o conjunto de xícaras de porcelana inglesa que estavam no armário os copos de cristal não eram nossos eram meus eram minhas não pensará que esqueci as xícaras com um fino fio prateado nunca usamos estão lá envoltas em jornal os copos a jarra inglesa a porcelana tcheca o casamento de presente pode embrulhar ela vai embora mas não pensará que esqueci as xícaras você não se lembra (a minha voz doce) de umas xícaras com um fino fio prateado meia dúzia de xícaras como já não eram seis? quando quebraram? ah quebraram ficaram só quatro estão lá envoltas em jornal as xícaras os copos as jarras as inglesas e as tchecas e o casamento onde está o armário porque eu me lembro bem você não viu por acaso (a minha voz mansa e crua) ela respeitosa juntando trouxas e trastes arrumando as suas as minhas coisas eu guardei não estavam no armário o armário eu vi muito tempo depois na casa da vizinha mas naquela ocasião os copos onde estariam não me lembrei do presente de minha mãe preciosa lembrança sem uso que foi para o armário depois foi para o quarto dela que um dia disse não quero mais o armário eu disse tudo bem o armário desceu o vizinho quis lá está ele mas só agora que se vai eu me lembro não posso me lembrar de tudo afinal por acaso você não viu sua desgraçada sua negra mentirosa por acaso você pensa que as xícaras não me farão falta as xícaras de minha doce mãezinha?

Helena Ortiz, 2009.

O silêncio das xícaras


Autor: Helena Ortiz
Editora da Palavra
Lançamento: 2009

Livro de contos.
"Alguns contos de Helena Ortiz são de tirar o fôlego. A velocidade vertiginosa de que consegue dotá-los resulta da supressão primária de pontuações, conectivos e de tudo que poderia engordá-los. A ilusão de urgência torna-se homóloga àquela da sucessão ininterrupta de imagens, em vinhetas e videoclipes, mas só na rapidez. Em significado pode aproximar-se do fluxo de consciência, que buscava a representação do ponto de vista do indivíduo através do monólogo interior perdido, ou em conexão com outras ações." (Comentário de Márcia Cavendish Wanderley no site
http://www.panoramadapalavra.com.br)

O conto que dá nome ao livro será colocado no próximo post. É muito interessante o modo como ele está escrito, sem pontuação, mas perfeitamente compreensível.

Xícara brasileira

Conjunto de xícara, pires e açucareiro em porcela branca, sem marca. Todo estampado com maçãs vermelhas e verdes e a palavra apple, frisos e asa dourados.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Xícara

O que sobrou foi uma xícara. O que sobrou foi uma xícara que recebe uma sombra clara todos os dias quando são seis da manhã. É sempre uma nuvem que passa pela janela, espantando os pequenos pássaros lá de fora. E a xícara, sobre a mesa vermelha com pés enferrujados, de branca fica cinza por alguns minutos.
Quando ainda desperto, quando ainda sobrevôo meus pensamentos tentando quebrar o sentindo de que tive bons sonhos, do que é realidade e ilusão, lembro-me imediatamente que a xícara está lá, como se ela me esperasse para ficar cinza. Calço meus chinelos e desço as escadas ainda sonolenta, ainda mal vestida, ainda despenteada. Sinto um cheiro de café, sinto o gelado das paredes com aqueles quadros feios que minha mãe gosta. E a xícara está lá.
Olho pra ela como se não a visse, como se ela fosse qualquer objeto transparente, translúcido, desinteressante, mas é tudo ilusão porque eu olho, verdadeiramente, como se fosse possível quebrá-la, com se fosse possível com a força do meu pensamento jogá-la contra a janela. E então chega a nuvem e forma aquela sombra. Aquela sombra maldita que a deixa tão mais sólida, tão mais densa, tão mais você.
Nesses longos minutos de sombra na xícara é como se eu também recebesse toda aquela sombra, como se eu, nuvem tenra, de repente fosse nuvem robusta (coisa que eu não sou). E assim, quando é, sinto ser possível mover uma tempestade, sinto ser possível controlar raios, trovões, relampagos, você.
Sento na cadeira velha, aquela que continua a machucar minhas costas. Sento na cadeira velha em direção à xícara. Eu poderia escolher outro lugar à mesa, mas não consigo, não devo, ou é alguma coisa que manda em mim e eu obedeço. Sente-se de frente para xícara, sussurra em meus ouvidos.
Se fosse xícara gente. Se fosse você xícara. Humano, carne e sangue, pequena, frágil, sem sentido. Talvez se sentisse bem por ser xícara, por ser humano, por receber uma pequena sensação do que é a vida (a sombra e a luz) e contentar-se com isso, apenas com isso.

Francine Ramos, janeiro de 2010

Texto publicado originalmente no blog http://acontadora.wordpress.com

Xícara sul-africana

Viram que chique o título aí? O Brasil não ganhou a Copa 2010, mas eu ganhei com a Copa. Vejam que linda xícara veio para minha coleção, direto de Cape Town, pela mão de meu afilhado Igor (ele aí, na frente do Estádio em Johanesburgo). Ele me contou que esta era a única xícara que havia na loja de cerâmica de uma velha senhora, abrigada em um grande espaço de artesanato intitulado "Water Front", no porto de Cape Town. Obrigada, Igor! Eu adorei o presente e a lembrança.


Ela é de delicada porcelana branca, toda pintada à mão: a parte externa em vermelho, com desenhos em relevo (galinha da Angola, pena e arabescos amarelos sobre fundo preto no lugar onde se apoia a asa). Tem também pequenos pontos em relevo verde com o meio amarelo na xícara e no pires.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Xícara brasileira


Xícara de café: porcelana branca, pintada à mão, com rosas brancas e amarelas, por Eunice (professora de Artes em Piracicaba, SP).

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Miécio Caffé Siqueira

Baiano de Juazeiro (1920-2003), Miécio formulou uma espécie de autógrafo-logotipo para assinar suas caricaturas: o desenho de uma xícara de café adicionada com a letra “f” e com o acento agudo em cima (como aroma exalando. Essa era a marca registrada de suas obras - uma assinatura bastante peculiar, calcada numa xícara de café, "com um 'fê' a mais e um acento aguado", como ele mesmo dizia.
Seu talento e carisma eram tamanhos, que tornou-se uma quase unanimidade entre os grandes nomes dos quadrinhos e do humor gráfico nacional.

Cartões da Telefônica

Cartões da série "Drinks de Inverno", de 2001