Fumega o café negro em fogo posto
À panela de barro onde ele aquece,
Exalando vapores, se envaidece,
Espargindo o aroma com seu gosto.
A xícara de barro tem seu rosto
Decalcado na argila que fornece,
No modo do preparo que enternece,
O paladar sublime em fogo posto.
Afaga em tuas mãos o seu perfume
Em volutas perdidas no terreiro
Onde a voz dos escravos, sem queixume,
Amalgamada foi ao sangue herdeiro,
Caldeado no crisol, aceso o lume,
Evoca o sentimento brasileiro.
Vasco Santos, junho de 2007
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