posta em cima da mesa (desocupada, se não por mim)
no fundo, onde se acumulam os restos frios e sem gosto
do que outrora aquecia-me a língua,
onde se acumula o amargo que resta ao final do prazer
e a sujeira que ainda se há de lavar na água gelada da pia
no fundo, que acumula o abandono,
vejo, desenhado em borrões escuros,
o Amor em forma de uma semente de figueira.
O silvo agudo da chaleira rompe o silêncio.
Levanto-me e pego outra xícara.Depois, vou plantar a semente da figueira na qual eu mesmo me verei morto
enquanto a encho de café.
André Felipe S. Cecílio, 28 de agosto de 2011
Publicado originalmente no blog "Conversa com versos".
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