Ontem (13 de junho) foram comemorados 129 anos do nascimento de Fernando Pessoa, um dos mais importantes poetas da língua portuguesa.
O pequeno trecho que reproduzo aqui está no Livro do Desassossego, de Bernardo Soares (um dos heterônimos de Fernando Pessoa).
"Concentrei e limitei os meus desejos, para os poder requintar melhor. Para se chegar ao infinito, e julgo que se pode lá chegar, é preciso termos um porto, um só, firme, e partir de ali para Indefinido.
Hoje sou ascético na minha religião de mim.
Uma chávena de café, um cigarro e os meus sonhos substituem bem o universo e as suas estrelas, o trabalho, o amor, até a beleza e a glória. Não tenho quase necessidade de estímulos. Ópio tenho-o eu na alma.
Que sonhos tenho? Não sei. Forcei-me por chegar a um ponto onde nem saiba já em que penso, em que sonho, o que visiono. Parece-me que sonho cada vez de mais longe, que cada vez mais sonho o vago, o impreciso, o invisionável."
Nenhum comentário:
Postar um comentário