- O grande problema é que você não se permite ser feliz. Quando Lilian ouviu a frase dita, não quis entendê-la logo de cara, preferiu esquecê-la e ousou pensar que ela não fazia sentido algum. Dias depois enquanto tomava um café com Pedro, ele lhe repetiu a frase.
- O grande problema é que você não se permite ser feliz. Dessa vez Lilian ouviu com as orelhas, com a razão e o coração.
Ao ouvir com as orelhas soou-lhe estranho e incabível. Ao ouvir com a razão soou-lhe verdade e agarrou-se a ela. Ao ouvir com o coração decidiu que queria modificar a verdade recém-sabida.
Pedro apontou em direção ao seus tímpanos a mais pura verdade. Contou-lhe a verdade sobre ela mesmo.
- Escute. Aqui está tudo o que é seu. Abriu uma página dobrada em quatro e mostrou as gravuras de cada coisa que ela tinha. Ela procurou, procurou, procurou e não achou algumas coisas que ela costumava enxergar na página que costumava olhar.
- Você ainda continua? Ela desviou o olhar.
- Continua? - insistiu Pedro, encarando-a.
Lilian tirou da bolsa uma página do mesmo tamanho da que Pedro lhe mostrara.
- Sim, continuo. Aqui estão as gravuras que costumo ver. Estavam ali sobre a mesa, entre as xícaras de café, as duas páginas com duas dobras e igualmente pintadas, exceto por duas ou três figuras a mais na página que Lilian acabara de abrir.
Pedro tinha um jeito diferente de apontar os caminhos. Ele não costumava dar conselhos, dizer o que se devia fazer, mas ele gostava sempre de mostrar a verdade, e depois, que cada um fizesse o que quisesse com ela.
- Está tudo aqui em seu perfeito lugar, mas você gosta mesmo de achar que não está. Você não se permite ser feliz.
Foi só o que ele disse. Mas ela ouviu além. Só sobrou o açucar no fundo da xícara do café. Lilian dobrou a página que Pedro lhe mostrara e guardou-a em sua bolsa. A que antes costumava olhar, deixou embaixo do pires da xícara, em cima da mesa.
Fabiana Lopes, 9-8-2006
- O grande problema é que você não se permite ser feliz. Dessa vez Lilian ouviu com as orelhas, com a razão e o coração.
Ao ouvir com as orelhas soou-lhe estranho e incabível. Ao ouvir com a razão soou-lhe verdade e agarrou-se a ela. Ao ouvir com o coração decidiu que queria modificar a verdade recém-sabida.
Pedro apontou em direção ao seus tímpanos a mais pura verdade. Contou-lhe a verdade sobre ela mesmo.
- Escute. Aqui está tudo o que é seu. Abriu uma página dobrada em quatro e mostrou as gravuras de cada coisa que ela tinha. Ela procurou, procurou, procurou e não achou algumas coisas que ela costumava enxergar na página que costumava olhar.
- Você ainda continua? Ela desviou o olhar.
- Continua? - insistiu Pedro, encarando-a.
Lilian tirou da bolsa uma página do mesmo tamanho da que Pedro lhe mostrara.
- Sim, continuo. Aqui estão as gravuras que costumo ver. Estavam ali sobre a mesa, entre as xícaras de café, as duas páginas com duas dobras e igualmente pintadas, exceto por duas ou três figuras a mais na página que Lilian acabara de abrir.
Pedro tinha um jeito diferente de apontar os caminhos. Ele não costumava dar conselhos, dizer o que se devia fazer, mas ele gostava sempre de mostrar a verdade, e depois, que cada um fizesse o que quisesse com ela.
- Está tudo aqui em seu perfeito lugar, mas você gosta mesmo de achar que não está. Você não se permite ser feliz.
Foi só o que ele disse. Mas ela ouviu além. Só sobrou o açucar no fundo da xícara do café. Lilian dobrou a página que Pedro lhe mostrara e guardou-a em sua bolsa. A que antes costumava olhar, deixou embaixo do pires da xícara, em cima da mesa.
Fabiana Lopes, 9-8-2006
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